O preconceito contra os obesos talvez seja uma das últimas formas de preconceito não passíveis de punição contra uma determinada população nos dias de hoje. Grande parte da sociedade, inclusive muitos profissionais da área da saúde, infelizmente, não vê a obesidade mórbida como uma doença,mas tão somente como um problema de falta de força de vontade, um vício,uma fraqueza de caráter. Essa é mais uma forma de discriminar e estigmatizar quem sofre com o mal. Nos Estados Unidos, alguns tribunais começam a reconhecer algumas formas de discriminação contra pessoas extremamente obesas. Esse reconhecimento começou quando uma corte federal de apelação de Boston estendeu direitos de incapacidade ao obeso mórbido. Essa regra representou um marco inicial para os obesos. Um juiz em Rhode Island concedeu uma indenização de100 mil dólares a uma mulher depois que o empregador lhe falou que não poderia retornar ao trabalho até que perdesse 50 quilos.O estado de Rhode Island argumentou que a condição não poderia ser classificada como uma incapacidade física sob leis anti-discriminação porque era um problema provocado por ela mesma. A corte judicial, no entanto, interpretou que a lei anti-discriminação se aplica a muitas condições que podem possivelmente ser voluntárias tais como Aids, câncer devido ao tabagismo. Hoje, a obesidade é reconhecida como tendo um componente genético significativo, entretanto indivíduos obesos persistem sofrendo da última forma de preconceito socialmente aceito. Portanto, obesidade é doença, mas tem tratamento. Para isso é importante a pessoa buscar esse tratamento nas fases iniciais, enquanto não houve o desencadeamento de outras doenças em função da obesidade, podendo ser clinico ou cirúrgico, com acompanhamento de equipe interdisciplinar, tendo um resultado maior a um custo mais baixo, ao contrário do que muitas pessoas pensam. O tratamento cirúrgico está reservado para os casos mais graves de obesidade, mas sem dúvidas é a forma que dá melhores resultados e mais duradouros. As pessoas que sofrem com essa doença devem buscar tratamento como é buscado para hipertensão, diabete, colesterol, etc., e não se retraírem, pois isso só estará agravando e gerando outras doenças físicas e emocionais, o que ao longo do tempo poderá levar ao desconforto de sofrerem com a discriminação e o preconceito.
Fonte: Elvio de Almeida Pereira