Como sabemos, as pessoas estão cada vez mais pesadas. Durante toda a vida do indivíduo, o esqueleto sofre mudanças e serve como uma estrutura de manutenção dos tecidos moles de nosso corpo, tendo como a principal função a locomoção. A obesidade, por se constituir em um problema multifatorial, influi também no aparelho locomotor. Algumas vezes, suas complicações aparecem logo e outras demoram vários anos para surgir. Uma criança ou adolescente não se interessa muito por um problema que poderá surgir lá pela terceira década de sua vida, mas nós, não podemos nos omitir. As crianças com excesso de peso corporal costumam apresentar alterações na região posterior do membro inferior (joelho e tornozelos), apresentando uma postura do obeso com um abdômen protuso, cifose dorsal se acentua e obriga a lordose cervical, ombros protusos, achatamento anterior do tórax. Com o passar do tempo, essa situação vai se instalando, levando a um encurtamento muscular, influindo na marcha e no surgimento de deformidades distais como joelho valgos e pés planos. Os desvios de coluna como escoliose, cifose e lordose são mais comuns nos obesos, surgindo alterações posturais e funcionais que, juntamente com o exagero da massa geram sobrecarga favorecendo o aparecimento de patologia como o dorso curvo do adolescente ou Doença de Scheuermann, onde o peso corporal literalmente vai achatando as vértebras desses jovens. Na osteocondrite do calcâneo ocorre uma necrose do calcâneo, mais comum dos 8 aos 12 anos de idade, é causada pela sobrecarga que osso sofre, principalmente em situações de obesidade. Devido à dor, a criança vai tender a caminhar na ponta do pé comprometido. Para concluir, “o Grande Arquiteto do Universo não projetou o esqueleto das crianças e dos adolescentes para carregar um peso tão grande”.
Fonte: Edina Linassi
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